sexta-feira, 9 de abril de 2010

Governo "Gente Boa"?

Como se sabe, na história das eleições foram muitos os casos de empresários que se envolveram em política, uns com sucesso e outros ficaram apenas na lembrança eleitoral sem um pingo de prestígio. No Pará os exemplos são vários, e existe uma grande expectativa em cima de um nome que pode dar um novo fôlego nas novas gerações políticas (só política, pois empresarialmente falando é um velho nome de guerra). Trata-se do empresário Fernando Yamada, Vice-presidente e principal herdeiro de um dos maiores grupos empresariais do Estado. Yamada tem ótimo relacionamento no meio empresarial e livre trânsito no meio político. Seu prestígio alcança vários setores da economia paraense, mas foi cogitado num período em que grandes caciques estão entrando no páreo, o que pode ser um indício de grande fracasso.

Faltam pouco mais de 6 meses para as eleições e o cenário eleitoral começa a se desenhar. O PT nem precisa dizer: voltará com a governadora Ana Júlia tentando a reeleição; o PSDB, maior rival, trará de volta o ex-governador Simão Jatene, que teve de combater incansavelmente as investidas do tucano-mor, Almir Gabriel. A grande dúvida ainda é se o Deputado Federal Jader Barbalho vai ou não sair canditado, já que fontes garantem a dúvida do deputado; uma possível candidatura nessas aulturas do campeonato poderia o consagrar definitivamente ou afundar para sempre o nome de Jader no topo da esfera política (pelo menos na prática, porque na teoria não é bem assim que funciona). O PTB de Duciomar Costa soltou a possível candidatura de Yamada e não foi muito bem recebido. O Bloco formado por PTB/PR parece estar em conflito, visto que Anivaldo Vale ameaçou se lançar candidato e Duciomar não poderia ficar parado, daí a suposta explicação para o anúncio.

Os maiores cenários políticos estão desenhados tardiamente, não por conveniência, mas sim porque todos sabem que as disputas internas são o maior obstáculo para as decisões, isso acaba dando tempo para as partes e para que o povo pense qual será a melhor via. Caso o PMDB não venha com candidatura própria, espera-se tudo: tanto uma aliança com o PT, quanto até mesmo com o PSDB, que o derrubou na última tentativa de Jader de alcançar o governo, mas como dizia o mestre Antônio Carlos Magahães “na política o seu inimigo é o último que lhe fez a maldade”, portanto, mágoas supéradas, Jader está pronto para mais uma batalha, como sempre do lado de quem lhe oferecer mais.

Caso Fernando Yamada realmente venha para o governo, seu prestígio pessoal certamente vai sofrer um forte abalo, mas nada que danifique sua sólida estrutura familiar erguida há 60 anos. Neto do fundador do grupo, Yioshio Yamada e filho do atual presidente, Junishiro Yamada, Fernando despontou como grande excutivo da família ao assumir grandes responsabilidades internas, elevar absurdamente o lucro da empresa e transitar no meio empresarial do Estado com muita desenvoltura. Pela segunda vez, não consecutiva, preside a Aspas – Associação Paraense de Supermercados, e é conhecido pelo estilo competente e aguerrido, mas na política poderia não ter todas essas virtudes, já que o jogo de ataques da oposição certamente levaria à tona detalhes de sua prisão durante a operação “Farol da Colina”, que levou para a cadeia o empresário e vários outros acusados de remessa ilegal para o exterior. Na época, em 2004, logo após a prisão de Yamada, toda a classe empresarial repudiou o ato e soltou notas em desagravo. Se for mesmo “meter a cara”, Fernando Yamada terá muito trabalho e dor de cabeça pela frente, pois além do episódio de sua prisão, existem inúmeros boatos que dão conta de uma suposta briga de egos entre os acionistas da empresa, e na esteira principal estariam disputando Fernando e Hiroshi Yamada, segundo filho de Yioshio e Diretor Comercial, do grupo, além claro, da recente crise desencadeada dentro da Aspas, com a saída do grupo Líder.

Problemas à parte, se sairá candidato ou não, Fernando Yamada terá que pensar com muita calma, pois o âmbito empresarial já lhe traz muitos benefícios, e se optar pela política pode ver muito desse prestígio ruir de forma incontrolável. Os opositores irão gostar com certeza. Mas como todo membro da família oriental é conhecido pela sutileza e calma, é capaz de realmente ser só uma pequena empolgação, até porque os conhecedores do círculo político paraense acreditam que uma candidatura desse nível não teria chance e Fernando não entraria numa disputa sabendo que iria perder, típico de todo grande empresário. Apesar de ter 1,5 milhões de clientes, as chances de receber um voto desse público é mínima, pois os grandes políticos já trabalham o terreno há tempos e nao é facilmente que vão perder para alguém conhecido estritamente no meio empresarial. Vamos ver se realmente o slogan “gente boa” serve também para o patrão.

O que Belém perdeu com a Copa...

Publicado originalmente no Blog Espaço Aberto

Não perdemos a subsede da Copa do Mundo 2014 para Manaus. Perdemos para nós mesmos. Essa reflexão me veio novamente à tona ao ler em revista de circulação nacional que algumas capitais estão muito atrasadas quanto ao cronograma de obras viárias necessárias para sediar os jogos, principalmente em relação à reforma e construção dos estádios. E pensar que nesse item Belém levava grande vantagem em relação a quase todas as outras capitais, por possuir um dos mais modernos estádios do Brasil, o Mangueirão…

Faltou-nos, então, além de prestígio político, competência nas negociações que antecederam a escolha das subsedes. Como assim? Simples: ao invés de disputar com Manaus, deveríamos ter procurado a adesão dos irmãos amazonenses no pleito comum de duas sedes para a Amazônia, uma lá e outra em Belém. Com essa estratégia, teríamos talvez conseguido para Belém uma das quatro vagas do Nordeste, quem sabe a de Natal, que ainda luta com grandes dificuldades para construir um novo estádio, por falta de verbas.

Não estou chorando pelo leite derramado. Até porque lancei essa sugestão, na época, aqui mesmo no blog do Espaço Aberto, ao comentar a passagem por Belém da caravana da FIFA para vistoriar o estádio do Mangueirão. Ao sobrevoar a cidade, a bordo de possante helicóptero, os homens da Fifa devem ter se alarmado com o trânsito pesado e parado no entorno do Entroncamento e do estádio. Portanto, perdemos a Copa para o nosso sistema de tráfego superado, caótico e neurótico, por falta de visão de gestores do passado, que foram deixando a cidade crescer desordenadamente, sem planejamento urbano e sem as intervenções necessárias em obras viárias indispensáveis para atender a esse crescimento.

O projeto do PDTU-85, elaborado pelos japoneses da Jica, agora que está saindo do papel, 25 anos depois, com a realização de apenas uma de suas mais de 20 obras viárias, o elevado de quatro pétalas, na confluência da avenida Júlio César com avenida Pedro Álvares Cabral. Mas o principal gargalo do trânsito, no entorno do Entroncamento, por falta dos elevados por cima dos túneis inadequados, continua desafiando a paciência de motoristas e pedestres e a competência das autoridades encarregadas daquele Complexo do Caos.

Mas o que mais Belém está perdendo, ao ser excluída do eixo da Copa 2014, é a chance da modernização de seu sistema viário urbano, contaminado pela cultura do atraso, patrocinada pelos donos de ônibus, que também se julgam os donos da cidade, porque sempre ajudam a eleger o prefeito.

Todas as 12 cidades subsedes da Copa 2014 receberão verbas federais para solucionar, com prioridade, a crise do transporte coletivo, através da adoção de uma versão compacta do metrô de superfície, veículos leves sobre trilhos, os VLTs, que são um misto de metrô e ônibus, estilo papa-filas, cujos modelos a diesel poluem 93% menos que os ônibus comuns e os elétricos nada poluem. Cada VLT transporta 270 passageiros, o que equivale a quatro ônibus comuns lotados. Eles emitem 75% menos ruídos que os automóveis e consomem apenas 10% da energia ou combustível gastos por um ônibus comum.

Onde são fabricados? Logo, ali, no sertão do Cariri, por uma empresa cearense danada de eficiente, a Bom Sinal. O sucesso do VLT cearense é tão grande que a empresa já está atendendo a encomendas de 50 prefeituras de capitais e cidades do interior, que desejam pegar carona na modernidade. Prefeitos de cidades muito menores que Belém estão indo em caravana a Fortaleza para conhecer o metrô do cariri, uma solução infinitamente mais econômica que o modelo convencional, que anda por baixo da terra, porque dispensa desapropriações e as escavações demoradas e caras. O “arretado” trem cearense está promovendo uma nova revolução nos transportes urbanos do Brasil.

Enquanto isso, em Belém, os donos de ônibus não querem mudar nada e a prefeitura também não tem apetite nem autoridade para promover qualquer mudança em nosso falido sistema de tráfego urbano. Continuamos convivendo com o atraso dos sinais de quatro tempos e das “tartarugas do asfalto” como balizadores do trânsito congestionado, além da zorra promovida pelos alternativos nas paradas de ônibus, pegando passageiros no meio da rua e com os gritos alucinantes de seus verdadeiros profetas do caos. Até quando, senhores ou senhoras do destino de nossa bela e maltratada cidade?

http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/
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FRANCISCO SIDOU é jornalista
chicosidou@bol.com.br

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Lembranças de momo...

Finalmente o carnaval se foi. Mais um ano de muita folia, agitação, blocos, marchinhas, foliões, fantasias, bebidas alcólicas, bêbados, urina, sujeira e…reclamação! O carnaval de Belém mais uma vez foi marcado pela alegria, mas acima de tudo por um detalhe que deixa muita gente com o pé atrás quando o assunto é pensar no ano seguinte: a sujeira que impera nos centros carnavalescos, tais como o bairro da Cidade Velha, tradicioanal reduto de boêmios e agora grande sede da festa mais popualar do Brasil.


Com a aproximação do período carnavalesco, governo e prefeitura tratam de organizar reuniões com diretores dos blocos, com representantes da PM, Bombeiros, Defesa Civil e demais órgãos de fiscalização, tudo com o intúito de garantir a segurança do folião. Porém, existe uma questão séria para quem reside nesses locais: será que os moradores do bairro atingido estão de acordo com a festividade? Me parece que os principais brincantes (ou não) foram esquecidos.


O bairro da Cidade Velha, só para deixar bem claro, é habitado na sua maioria por famílias tradicionais que atravessaram décadas por essas bandas. Atualmente, as gerações que residem no bairro carregam consigo muitas senhoras de idade que já não suportam mais tanta barulheira, claro que há excessões, mas de maneira geral incomoda bastante. Nos domingos que acontecem os desfiles de bloco, as ruas estreitas e seculares ficam repletas de lixo, louças velhas, garrafas de bebidas e um cheiro insuportável de urina. Quem, em sã consciência, permitiria tamanho desrespeito na porta de sua casa?


Outro problema grave é a falta de segurança. O número de incidentes envolvendo assaltos, brigas e arrastões aumenta de forma significativa, obrigando moradores a trancarem-se nas suas casas até o sufoco passar. No decorrer dos domingos carnavalescos a polícia reforçou a área, mas como dar conta de uma multidão que se desloca dos bairros mais distantes para a Cidade Velha? Ao meu ver, a solução seria descentralizar as festas dos blocos. Atualmente há os bairros da Cidade Velha, Pedreira, Av. Doca de Souza Franco e os lugares mais distantes, como Icoaraci e adjacências, será que adiantou alguma coisa?


A invasão às ruas do bairro acontece justamente por esses poucos lugares não serem tão divulgados e a falta de programação em outros. Bairros grandes como Jurunas, Guamá e Condor, poderiam contar com seus portais de folia, como forma de desafogar o fluxo de brincantes num só lugar. O problema é que as vezes o mais barato parece ser a melhor solução, isso quando no final não sai caro. O resultado é o grande movimento de moradores que estão fazendo abaixo-assinado para pedir que os blocos parem de sair pelas ruas, pois o resultado no dia seguinte é caratastrófico!


A essência do carnaval não pode ser perdida. Muitos blocos de carnaval deram vida nova ao bairro. Um deles é o “Jambú do Kaveira“, puxado pelo excêntrico André Lobato e sua mulher Élida Braz. Alguns moradores o tolarem por causa das circunstâncias, mas temos que admitir: sem sua vontade e luta o carnaval no bairro estaria estagnado e membro constante da “Galeria do Já teve”. A mesma coisa pode ser dita sobre o cantor Eloy Iglesias e seu “Fofó de Belém“, um apaixonado por música e pelo carnaval de marchinhas. Junto à eles, estão surgindo novas gerações como os “Filhos de Glande“, “Elka“, “Fofó do Lino“, e o caçula “Xibé da galera“, formado exclusivamente por jovens do bairro, interessados no resgate dos velhos carnavais de rua, onde o propósito são os homens vestidos de mulher e vice-versa.


O carnaval de Belém tem renascido e mostrado que sua animação jamais mor reu, porém, é preciso ficar atento para a maneira como este é organizado. Seria muito interessante que ao invés de só uma classe ser beneficiada, todos os lados pudessem desfrutar dessa festa, que é nada mais justo, de todos. Poder público, brincantes e moradores devem estar de acordo, dessa maneira quem ganha é a nossa cidade. Um carnaval descentralizado significa mais segurança para todos e principalmente diversão de qualidade como a cidade merece!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Movimento Orla Livre

Um dia desses, revirando a internet, me deparei com um projeto muito interessante, que se concretizado de maneira séria e correta, ajudaria a mudar em 70% a face de nossa cidade, isso porque somado ao outro que está sendo executado, a capital paraense ganharia uma super orla digna de uma grande cidade turística. O sonho no qual me refiro é o Movimento Orla Livre, projeto (por incrível que pareça) criado por profissionais liberais no ano de 1995. A partir de 2004, com maiores adesões e a melhor organização, os participantes decidiram chamar a atenção do poder público de algumas maneira, entre elas houve a criação de tais projetos para mudar a cara de cidade, como a abertura e reforma da orla que vai da Castilhos França até passando a Visconde de Souza Franco, creio eu próximo a altura do complexo Ver-o-rio, além de revitalização do bairro da Cidade Velha e a construção de um shopping nas antigas instalçaões da CATA, na av. Bernardo Sayão.

Quando as fotos da orla começaram a circular pela internet, em meados de 2007, acredito eu, muita gente pensou que o projeto era da prefeitura de Belém, interligado com o Portal da Amazônia, que está sendo construído na estrada nova. Os comentários foram muitos até que os responsáveis pela perspectiva em 3D apareceram. Tratava-se dos publicitários Gaspar e Edgar Rocha, que tinham um grande desejo em ver a nossa Belém linda e aberta para o povo. Atualmente os idealizadores não estão mais residindo na cidade, porém, o desejo continua firme e conta com a adesão de mais pessoas. Os publicitários chegaram a se pronunciar nos blogs onde as fotos foram publicadas para esclarecer que não tinham vínculo com a prefeitura e que até então não tinham sido procurados por algum interessado em tocar o projeto em frente.

Dentro do M.O.L existem princípios básicos, que através da execução dos projetos, trariam um novo gás à nossa cidade e à cidadania.
  • Configurar uma orla sem muros físicos ou psicológicos.
  • Fazer da orla um espaço de convívio social, encontros e urbanidade.
  • Criar oportunidades para a inclusão social.
  • Reforçar, refletir e celebrar a identidade amazônica.
  • Integrar a orla ao corpo da cidade.
  • Celebrar a água e o ecossistema.
  • Favorecer os usos múltiplos e adequados.
  • Projetar com qualidade e diálogo.
De acordo com o site, o movimento compreende a orla da Baia do Guajará, o shopping center na área da CATA e a revitalização da parte histórica da Cidade Velha. Na esperança de que o poder executivo tivesse interesse em levar adianta, ou até mesmo modificar os originais para adequar ao orçamento da máquina, os projetos vão surgindo e contando com o apoio cada vez maior de autoridades no assunto, de pessoas que muito fizeram por Belém e que gostariam de ver a cidade de braços abertos para receber moradores e turistas. Atualmente existe um site próprio e um blog, que está meio desatualizado, porém, fornece informações suficientes para quem quiser conhecer melhor o M.O.L. O blog traz as principais idéias para o leitor, além de acompanhar o que a prefeitura de Belém, o governo do Estado e o governo Federal têm feito para investir mais em infraestrutura. No geral, é um bom acervo para quem estiver interessado em acompanhar o andamento dessas e outras obras de vital importância para a cidade.

Diante dessa idéia, é inevitável questinarmos o que a prefeitura tem feito no projeto Portal da Amazônia, pois uns dizem estar parado enquanto assessores e o próprio Duciomar Costa garantem que o atraso se deve à burocracia instalada os órgãos fiscalizadores. Meses atrás o prefeito estava sendo acusado de super faturar o preço do aterro hidráulico que serve para aterrar e nivelar a área onde são construídas as pistas para carros, além do calçadão e quadras de esporte, quiosques e estacionamentos. A prefeitura se defendeu como pôde, mas não conseguiu convencer a opinião pública. Para um prefeito aficcionados por obras faraônicas bem ao estilo "tucano" é bom correr!

Bom, como as coisas na cidade de Belém andam de maneira muito particular, a melhor solução e esperarmos que os projetos em execução mudem verdadeiramente a cara tão maltratada do nosso município. O conjunto de obras tocados pelos governos estaual e federal e prefeitura têm a missão de trazer o desenvolvimento somado ao bem estar social. São obras caras, que demandam dinheiro, tempo e dedicação, além claro, honestidade. Uma cidade não vive apenas de fachada, é preciso saúde, segurança, emprego, educação, lazer e tantos outros ítens primordiais, mas que só vão para a frente se houver força de vontade dos nossos governantes. Parabéns ao Movimento Orla Livre, pois dessa maneira mostramos que o povo não está calado, que existem pessoas dispostas a ajudar e principalmente mostrar que Belém é linda e tem muito futuro pela frente!
Quem quiser saber mais sobre o M.O.L. procurar nos endereços: http://www.orlalivre.org/ e http://orlalivre.blogspot.com/

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Quero nem pensar em 2010...

Apesar do título parecer um prenúncio de que este ano não será muito promissor, tenho que admitir que as chances de ser melhor do que 2009 são ótimas, pois acredito que o que tínhamos de passar de problemas, estes últimos 12 meses foram o suficiente para uns bons 10 anos...rsrsrs. Em 2010 teremos uma vida política bastante agitada por conta das eleições para o governo do Estado, Deputados, Senadores e para o chefe máximo do Executivo, cargo ocupado pelo nosso precioso presidente Lula. Tirando por ai, pode-se ter uma idéia de quanto nosso ano será agitado!

O ano de 2009 vai permanecer por muito tempo na mente das pessoas, principalmente dos políticos e de suas vítimas, como os moradores de baixa renda que por longos meses sofreram para conseguir consulta nos postos de saúde da capital, naquele que foi o maior escandalo do governo Duciomar Costa, que também é um dos que dificilmente vai esquecer o que sofreu na mão da oposição e da mídia.

Em 2009 tivemos algumas melhorias na cidade, vimos a prefeitura derrubar na força o muro do antigo conjunto do Basa, começamos a andar melhor por algumas partes da cidade onde as calçadas foram niveladas, tivemos algumas obras relacionadas a saneamento básico e infra-estrutura. Tivemos que ouvir muito sobre o abandono no qual nossos balneários se encontram, o aumento do número dos assaltos à mão armada e o furto nos nosso patrimônios, como a tentativa descarada do prefeito privatizar os serviços de abastecimento de água da capital.

A população belenense pode contemplar, depois de longos anos, a reinauguração da Catedral da Sé durante o Círio de Nazaré. Há tempos os romeiros não sabiam o que era adentar pelos corredores da rica e luxuosa catedral metropolitana. No entanto, acabamos por perder o nosso Bispo, e até agora a indecisão paira no ar. Não sabemos quem vai conduzir a arquidiocese e os festejos católicos durante este ano. Ainda sou daqueles que preferia muito mais a permanência eterna de Dom Vicente Zico, mas como a idade chega e o corpo cansa, melhor mesmo esperar sentado a renovação.

Fora do âmbito municipal, vimos um governo do Estado envolvido em escândalos com seus secretários, troca-troca de titulares, assessores e muito discussão. O resultado não foi bem o esperado, mas a movimentação foi digna de um grande governo que muito trabalha pelo povo. No geral, as obras do executivo estadual se resumiram em inaugurar pontes, trapiches, levar assistência médica em navios, consultas públicas sem muito resultado e principalmente tentativas de reconciliações por parte do PT com a base aliada (diga-se de passagem o PMDB).

No campo esportivo, enfim, tivemos o que todos viram: remo e paysandu completamente afundados em crises intermináveis e dívidas que crescem em ritmo de p.g (alguém lembra disso?). O futebol paraense ficou tão desgastado que até a tradicional rivalidade entre os maiores clubes paraenses ficou de lado, pois afinal de contas ninguém sabem quem está pior. O Leão de Antônio Baena conseguiu cair para a quarta divisão, numa clara demonstração de amadorismo e falta e administração da diretoria. Mesmo diante da proposta de ter um novo presidente, que diga-se de passagem, poderia tirar o time do vermelho, os velhos cardeais prevaleceram no comando. Já do outro lado da Alte. Barroso o clima foi até melhor, porém, a amarga colocação do time na 3ª divisão e a autoridade máxima e absoluta do presidente fizeram com que muitos torcedores ignorassem a situação do clube. A única surpresa ficou para os times do interior, que mostraram a força do futebol simples e eficiente, longe das grandes contratações e principalmente, das dívidas!

O Estado do Pará mais uma vez foi destaque negativo no cenário nacional. O maior temor de muitos paraenses residentes fora do seu Estado era ouvir que o próximo bloco do noticiário nacional teria notícia da terrinha. Tivemos a infelicidade de sermos presenteados com uma menina de 15 anos presa numa cela com vários homens, num período onde os direitos humanos estão de alerta 24 horas por dia. Para diminuir a vergonha, nossa governadora afasta o Delegado Geral, porém, ao apagar das luzes o puxa novamente para o cargo. Vimos o caso Dorothy Stang mais uma vez falhar e o dinheiro falar mais alto. Quem paga o pato sempre é o pobre. Infelizmente...

Durante alguns meses o assunto do momento foi a pedofilia. Políticos, empresários e membros do "alto escalão social" foram denunciados com suspeitas de abusos contra menores. Para mais um azar da justiça e tristeza da população, ninguém acabou preso de fato, a rigidez inicial se curva diante dos pedidos inegáveis de habeas corpus e a desculpa de imunidade parlamentar. Para os não políticos, o que valeu foram os bons honorários pagos aos melhores criminalistas da terra. Tudo para não ficar atrás das grades.

Só para resumir a aventura que foi o ano de 2009, gostaria de terminar com um tema aque muito me chamou atenção e deixou angustiado: a perda da Copa para Manaus. Durante meses este foi meu assunto preferido, não por querer anular o resultado, mas por acompanhar a campanha do governo amazonense à cada dia nos jornais e perceber claramente que o critério de escolha foi político. A Governadora Ana Júlia criou - meso que tardiamente - uma comissão para cuidar exclusivamente dos assuntos relacionados à Copa. Nosso projeto foi um dos primeiros apresentados ao comitê da Fifa. Tívemos todos os estudos viabilizados e contavamos com a iniciativa privada. Tecnicamente nosso projeto era muito superior e muito mais realista do que o vizinho ocidental, mas na hora "H" o maior peso foi para o lobby político praticado pelo governador Eduardo Braga e seus assessores. Esta sim, foi a maior derrota do ano. Sem dúvida!

Enfim, depois de todos esses acontecimentos, será que ainda é possível um ano com maiores problemas do que os já enfrentados? Eu sinceramente, posso parecer um cara pessimista, porém, acredito que algum de mu ito bom está para acontecer no Estado, já quanto Belém não posso dizer o mesmo, só posso dizer que ainda temos pelo menos mais uns dois anos de muita luta e reza braba!