quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Movimento Orla Livre

Um dia desses, revirando a internet, me deparei com um projeto muito interessante, que se concretizado de maneira séria e correta, ajudaria a mudar em 70% a face de nossa cidade, isso porque somado ao outro que está sendo executado, a capital paraense ganharia uma super orla digna de uma grande cidade turística. O sonho no qual me refiro é o Movimento Orla Livre, projeto (por incrível que pareça) criado por profissionais liberais no ano de 1995. A partir de 2004, com maiores adesões e a melhor organização, os participantes decidiram chamar a atenção do poder público de algumas maneira, entre elas houve a criação de tais projetos para mudar a cara de cidade, como a abertura e reforma da orla que vai da Castilhos França até passando a Visconde de Souza Franco, creio eu próximo a altura do complexo Ver-o-rio, além de revitalização do bairro da Cidade Velha e a construção de um shopping nas antigas instalçaões da CATA, na av. Bernardo Sayão.

Quando as fotos da orla começaram a circular pela internet, em meados de 2007, acredito eu, muita gente pensou que o projeto era da prefeitura de Belém, interligado com o Portal da Amazônia, que está sendo construído na estrada nova. Os comentários foram muitos até que os responsáveis pela perspectiva em 3D apareceram. Tratava-se dos publicitários Gaspar e Edgar Rocha, que tinham um grande desejo em ver a nossa Belém linda e aberta para o povo. Atualmente os idealizadores não estão mais residindo na cidade, porém, o desejo continua firme e conta com a adesão de mais pessoas. Os publicitários chegaram a se pronunciar nos blogs onde as fotos foram publicadas para esclarecer que não tinham vínculo com a prefeitura e que até então não tinham sido procurados por algum interessado em tocar o projeto em frente.

Dentro do M.O.L existem princípios básicos, que através da execução dos projetos, trariam um novo gás à nossa cidade e à cidadania.
  • Configurar uma orla sem muros físicos ou psicológicos.
  • Fazer da orla um espaço de convívio social, encontros e urbanidade.
  • Criar oportunidades para a inclusão social.
  • Reforçar, refletir e celebrar a identidade amazônica.
  • Integrar a orla ao corpo da cidade.
  • Celebrar a água e o ecossistema.
  • Favorecer os usos múltiplos e adequados.
  • Projetar com qualidade e diálogo.
De acordo com o site, o movimento compreende a orla da Baia do Guajará, o shopping center na área da CATA e a revitalização da parte histórica da Cidade Velha. Na esperança de que o poder executivo tivesse interesse em levar adianta, ou até mesmo modificar os originais para adequar ao orçamento da máquina, os projetos vão surgindo e contando com o apoio cada vez maior de autoridades no assunto, de pessoas que muito fizeram por Belém e que gostariam de ver a cidade de braços abertos para receber moradores e turistas. Atualmente existe um site próprio e um blog, que está meio desatualizado, porém, fornece informações suficientes para quem quiser conhecer melhor o M.O.L. O blog traz as principais idéias para o leitor, além de acompanhar o que a prefeitura de Belém, o governo do Estado e o governo Federal têm feito para investir mais em infraestrutura. No geral, é um bom acervo para quem estiver interessado em acompanhar o andamento dessas e outras obras de vital importância para a cidade.

Diante dessa idéia, é inevitável questinarmos o que a prefeitura tem feito no projeto Portal da Amazônia, pois uns dizem estar parado enquanto assessores e o próprio Duciomar Costa garantem que o atraso se deve à burocracia instalada os órgãos fiscalizadores. Meses atrás o prefeito estava sendo acusado de super faturar o preço do aterro hidráulico que serve para aterrar e nivelar a área onde são construídas as pistas para carros, além do calçadão e quadras de esporte, quiosques e estacionamentos. A prefeitura se defendeu como pôde, mas não conseguiu convencer a opinião pública. Para um prefeito aficcionados por obras faraônicas bem ao estilo "tucano" é bom correr!

Bom, como as coisas na cidade de Belém andam de maneira muito particular, a melhor solução e esperarmos que os projetos em execução mudem verdadeiramente a cara tão maltratada do nosso município. O conjunto de obras tocados pelos governos estaual e federal e prefeitura têm a missão de trazer o desenvolvimento somado ao bem estar social. São obras caras, que demandam dinheiro, tempo e dedicação, além claro, honestidade. Uma cidade não vive apenas de fachada, é preciso saúde, segurança, emprego, educação, lazer e tantos outros ítens primordiais, mas que só vão para a frente se houver força de vontade dos nossos governantes. Parabéns ao Movimento Orla Livre, pois dessa maneira mostramos que o povo não está calado, que existem pessoas dispostas a ajudar e principalmente mostrar que Belém é linda e tem muito futuro pela frente!
Quem quiser saber mais sobre o M.O.L. procurar nos endereços: http://www.orlalivre.org/ e http://orlalivre.blogspot.com/

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Quero nem pensar em 2010...

Apesar do título parecer um prenúncio de que este ano não será muito promissor, tenho que admitir que as chances de ser melhor do que 2009 são ótimas, pois acredito que o que tínhamos de passar de problemas, estes últimos 12 meses foram o suficiente para uns bons 10 anos...rsrsrs. Em 2010 teremos uma vida política bastante agitada por conta das eleições para o governo do Estado, Deputados, Senadores e para o chefe máximo do Executivo, cargo ocupado pelo nosso precioso presidente Lula. Tirando por ai, pode-se ter uma idéia de quanto nosso ano será agitado!

O ano de 2009 vai permanecer por muito tempo na mente das pessoas, principalmente dos políticos e de suas vítimas, como os moradores de baixa renda que por longos meses sofreram para conseguir consulta nos postos de saúde da capital, naquele que foi o maior escandalo do governo Duciomar Costa, que também é um dos que dificilmente vai esquecer o que sofreu na mão da oposição e da mídia.

Em 2009 tivemos algumas melhorias na cidade, vimos a prefeitura derrubar na força o muro do antigo conjunto do Basa, começamos a andar melhor por algumas partes da cidade onde as calçadas foram niveladas, tivemos algumas obras relacionadas a saneamento básico e infra-estrutura. Tivemos que ouvir muito sobre o abandono no qual nossos balneários se encontram, o aumento do número dos assaltos à mão armada e o furto nos nosso patrimônios, como a tentativa descarada do prefeito privatizar os serviços de abastecimento de água da capital.

A população belenense pode contemplar, depois de longos anos, a reinauguração da Catedral da Sé durante o Círio de Nazaré. Há tempos os romeiros não sabiam o que era adentar pelos corredores da rica e luxuosa catedral metropolitana. No entanto, acabamos por perder o nosso Bispo, e até agora a indecisão paira no ar. Não sabemos quem vai conduzir a arquidiocese e os festejos católicos durante este ano. Ainda sou daqueles que preferia muito mais a permanência eterna de Dom Vicente Zico, mas como a idade chega e o corpo cansa, melhor mesmo esperar sentado a renovação.

Fora do âmbito municipal, vimos um governo do Estado envolvido em escândalos com seus secretários, troca-troca de titulares, assessores e muito discussão. O resultado não foi bem o esperado, mas a movimentação foi digna de um grande governo que muito trabalha pelo povo. No geral, as obras do executivo estadual se resumiram em inaugurar pontes, trapiches, levar assistência médica em navios, consultas públicas sem muito resultado e principalmente tentativas de reconciliações por parte do PT com a base aliada (diga-se de passagem o PMDB).

No campo esportivo, enfim, tivemos o que todos viram: remo e paysandu completamente afundados em crises intermináveis e dívidas que crescem em ritmo de p.g (alguém lembra disso?). O futebol paraense ficou tão desgastado que até a tradicional rivalidade entre os maiores clubes paraenses ficou de lado, pois afinal de contas ninguém sabem quem está pior. O Leão de Antônio Baena conseguiu cair para a quarta divisão, numa clara demonstração de amadorismo e falta e administração da diretoria. Mesmo diante da proposta de ter um novo presidente, que diga-se de passagem, poderia tirar o time do vermelho, os velhos cardeais prevaleceram no comando. Já do outro lado da Alte. Barroso o clima foi até melhor, porém, a amarga colocação do time na 3ª divisão e a autoridade máxima e absoluta do presidente fizeram com que muitos torcedores ignorassem a situação do clube. A única surpresa ficou para os times do interior, que mostraram a força do futebol simples e eficiente, longe das grandes contratações e principalmente, das dívidas!

O Estado do Pará mais uma vez foi destaque negativo no cenário nacional. O maior temor de muitos paraenses residentes fora do seu Estado era ouvir que o próximo bloco do noticiário nacional teria notícia da terrinha. Tivemos a infelicidade de sermos presenteados com uma menina de 15 anos presa numa cela com vários homens, num período onde os direitos humanos estão de alerta 24 horas por dia. Para diminuir a vergonha, nossa governadora afasta o Delegado Geral, porém, ao apagar das luzes o puxa novamente para o cargo. Vimos o caso Dorothy Stang mais uma vez falhar e o dinheiro falar mais alto. Quem paga o pato sempre é o pobre. Infelizmente...

Durante alguns meses o assunto do momento foi a pedofilia. Políticos, empresários e membros do "alto escalão social" foram denunciados com suspeitas de abusos contra menores. Para mais um azar da justiça e tristeza da população, ninguém acabou preso de fato, a rigidez inicial se curva diante dos pedidos inegáveis de habeas corpus e a desculpa de imunidade parlamentar. Para os não políticos, o que valeu foram os bons honorários pagos aos melhores criminalistas da terra. Tudo para não ficar atrás das grades.

Só para resumir a aventura que foi o ano de 2009, gostaria de terminar com um tema aque muito me chamou atenção e deixou angustiado: a perda da Copa para Manaus. Durante meses este foi meu assunto preferido, não por querer anular o resultado, mas por acompanhar a campanha do governo amazonense à cada dia nos jornais e perceber claramente que o critério de escolha foi político. A Governadora Ana Júlia criou - meso que tardiamente - uma comissão para cuidar exclusivamente dos assuntos relacionados à Copa. Nosso projeto foi um dos primeiros apresentados ao comitê da Fifa. Tívemos todos os estudos viabilizados e contavamos com a iniciativa privada. Tecnicamente nosso projeto era muito superior e muito mais realista do que o vizinho ocidental, mas na hora "H" o maior peso foi para o lobby político praticado pelo governador Eduardo Braga e seus assessores. Esta sim, foi a maior derrota do ano. Sem dúvida!

Enfim, depois de todos esses acontecimentos, será que ainda é possível um ano com maiores problemas do que os já enfrentados? Eu sinceramente, posso parecer um cara pessimista, porém, acredito que algum de mu ito bom está para acontecer no Estado, já quanto Belém não posso dizer o mesmo, só posso dizer que ainda temos pelo menos mais uns dois anos de muita luta e reza braba!